Embora rara, a malformação arteriovenosa, ou como é como é mais conhecida pela sua sigla "MAV", é o principal tipo de malformação vascular que acomete o sistema nervoso.
Doença silenciosa, mas com potencial de se tornar algo mais grave. É uma das possíveis causas de AVC hemorrágico em pacientes jovens. Portanto, pelos riscos que pode trazer, é uma doença que deve ser melhor entendida.
Veja ao longo da leitura o que é uma MAV, como acontece e quais os principais sintomas que podem acarretar.
Para entender o que é uma MAV, você precisa saber como funciona o sistema sanguíneo do cérebro. Portanto, irei usar o exemplo simples de um chuveiro, e assim você irá compreender de uma vez por todas o que é uma MAV.
Imagine todo o sistema de água e saneamento de sua casa. Na rua existe um cano enorme que leva água a todas as casas, e para chegar em todos os lugares essa água precisa estar sob forte pressão. Os canos se tornam menores, até chegar ao seu chuveiro. Após sair do chuveiro, essa água é utilizada para seu banho e depois cai no box do banheiro, desce lentamente devido ao desnível até o ralo, onde irá ganhar outro encanamento e seguir seu fluxo.
No cérebro também é assim, temos as artérias maiores que saem do coração e se dividem em artérias menores, incluindo as artérias que levam sangue ao cérebro. Este sangue é rico em nutrientes e oxigênio e corre sob alta pressão devido ao bombeamento do músculo cardíaco e das paredes das artérias que contém pequenos músculos.
Entretanto, esta pressão alta de sangue não deve chegar ao cérebro dessa forma, pois poderia machucá-lo, além de não extrair de forma adequada os nutrientes e oxigênio. Logo, existe uma camada de pequenos vasos chamados capilares, onde o sangue passa muito lentamente. Depois de metabolizado pelos neurônios, o sangue volta à circulação sanguínea para o sistema venoso sob baixa pressão até chegar no coração novamente.
Se houvesse uma alta pressão no sistema venoso, teríamos uma resistência à drenagem venosa. Este sangue contendo gás carbônico e todas as excretas, não deixaria o cérebro e poderia causar um inchaço cerebral por hipertensão venosa.
Agora que você entendeu como funciona o sistema sanguíneo do cérebro, você está pronto para entender a MAV.
A MAV é uma doença congênita onde ocorre uma malformação dos vasos sanguíneos caracterizada pela presença de um enovelado de vasos (artérias e veias). O sangue passa diretamente pela MAV sem existir o leito capilar interposto, ou seja, é uma comunicação direta do sangue da artéria para a veia.
O sangue chega pela artéria no cérebro, entra no novelo da MAV (também chamado de nidus), sob forte pressão, pois não foi amortecido pelo leito dos capilares, e passa diretamente pela veia sob alta pressão.
Biologicamente as veias não foram feitas para suportar a mesma pressão que uma artéria pode suportar, as paredes das veias são mais frágeis e finas. Então, essas podem vir a romper com o passar do tempo, devido a alta pressão do sangue que chega pela MAV, causando um tipo de derrame ou AVC hemorrágico, principalmente nos pacientes mais jovens.
A MAV também pode "roubar" o sangue do tecido cerebral vizinho, causando sintomas neurológicos por roubo de fluxo sanguíneo. O sangue irá se concentrar todo no nidus, deixando de nutrir o tecido cerebral sadio.
MAVs de tamanho grande podem comprimir áreas cerebrais o que pode gerar déficits neurológicos ou causar irritação no tecido cerebral, levando à crises convulsivas.
Por ser congênita, ela pode estar presente desde o nascimento, porém os sintomas surgem mais comumente entre os 20-40 anos.
Agora ficou mais fácil de entender os sintomas que uma MAV pode ocasionar. Em geral é uma doença silenciosa, pois o paciente pode ir se adaptando ao longo dos anos a esta condição de fluxo sanguíneo.
Porém, ultrapassada essa fase de compensação, o paciente poderá ter alguns sintomas, como por exemplo:
Atualmente, com a maior acessibilidade aos exames de imagem notamos um aumento no número de casos diagnosticados. Às vezes o paciente faz um exame de ressonância por uma outra razão, e acaba diagnosticando uma MAV de forma incidental.
Porém, em casos incidentais ou na presença de algum dos sintomas mencionados, um médico especialista deverá ser consultado. Ele saberá como proceder com a investigação desta condição.
Em geral os principais exames utilizados no diagnóstico de uma MAV são: tomografia computadorizada, ressonância magnética e angiografia cerebral. Cada um destes métodos possui finalidades diferentes no estudo da MAV e serão fundamentais na escolha da melhor opção de tratamento.
Decisões envolvendo o tratamento devem ser feitas de acordo com as análises e investigações médicas. Geralmente envolvem neurocirurgia, neurorradiologia intervencionista e radioterapia.
Em caso de dúvidas sobre as MAVs ou que deseje marcar uma consulta. Clique aqui.
Quer acompanhar mais conteúdos sobre doenças cerebrais? Acesse nossa Central Educativa, em breve traremos muito mais conteúdos.
Obrigado por entrar em contato. Retornaremos assim que possível
Desculpe, houve um erro ao enviar a mensagem. Por favor, tente novamente mais tarde
(11) 2151-8709
WhatsApp: 11 94555-9809
Hospital Israelita Albert Einstein
Unidade Perdizes
Rua Apiacás, 85. Perdizes. São Paulo-SP
Responsável Técnico: Dr. Djalma Felipe da Silva Menéndez • CRM-SP: 141.313
Todos os direitos reservados. | Desenvolvido por Future Marketing,